quarta-feira, 5 de agosto de 2009

A, e ,i o, uhhhhhhh!

Um mundo de onomatopeias. Seria prático se a gente pudesse grunhir ao invés de falar... uma desevolução no sentido científico, uma evolução no sentido prático. O grunhido evitaria explicações, más interpretações.

Poderíamos grunhir mais do que falar porque falar exige que você escolha as palavras certas, nas horas certas. Mas você poderia muito bem grunhir no vagão lotado do metrô. Grunhe pra vc ver... é que nem palavrão. Você grunhe e alguns quilinhos saem do seu ombro, da sua cabeça, da sua mente ou seja lá de onde for.

Hoje eu quase grunhi váaarias vezes não por minha causa, por causa dos outros. Grunhidos de vergonha alheia, sabe? Infelizmente, meu manual de conduta me impediu que o feito se concretizasse. Ao invés de grunhir, fui ao banheiro, joguei uma água na cara e voltei ao computador como se (quase) nada tivesse acontecido.

As onomatopeias (que atualmente estão sem acento) de hoje seriam: "nuusssssshhhh", "hummmmnnnnhhhhhhh", "ihhhcarai", "afemariamãededeuspaidocristosanto". E a mais comum: ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh", bem estridente.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Transformação capilar

Agora falando sério. Sério? Sério nada? O que pode ter de sério no post a seguir? O sentimento é sério. Sério mesmo apesar de não parecer.

Eu cortei o cabelo. "Ohhhh", os engraçadinhos vão dizer. "Mas eu cortei muito", poderia justificar minha excitação.

Mesmo assim. Milhões de pessoas por dia cortam o cabelo, pintam o cabelo, alisam o cabelo, encarolam o cabelos, destróem o cabelo e nada muda.

Nada muda para quem?

Eu cortei o cabelo e apesar da grande maioria das pessoas terem percebido, esse fato não mudou em nada a vida delas. Mas a minha sim.

Desde o dia em que aqueles fios ficaram no salão do cabeleireiro tudo mudou. Como? Não sei.

Mas faz cinco dias que acordo diferente. Mais confiante, mais decidida, mais dona de mim, com a auto-estima mais elevada.

A hipótese mais aceitável é que junto com o cabelo mudei também meu guarda-roupa. Em uma semana comprei 13 peças de roupa e mais dois broches.

Do dia para a noite passei a me arrumar melhor e ter um cabelo lindo, fácil de pentear, moderno e pronto.

Minha vida, então, pode ser dividida entre A.C. (antes do cabelo) e D.C (depois do cabelo).

Aliado a tudo isso tem minha satisfação pessoal e profissional: em casa tá tudo bem, não tô doente, amo meu namorado, saio para comer e ir ao cinema e tem fins de semana que eu viajo. Arrumei uma parte do meu armário, doei algumas roupas, estou indo bem no espanhol, minha conta está positiva. Amo meu trabalho, adoro a redação, gosto de escrever e trabalho seis horas por dia (claro que sempre um pouco mais).

Conclusão: tudo junto e misturado. Me sinto mais madura e o cabelo, dizem as pessoas, me deixou com cara de mais velha. Com ele, entro em uma nova fase da minha vida.

Se todos soubessem como essas pequenas transformações podem causar revoluções... É sério!

domingo, 21 de junho de 2009

Apenas um pedido

Pede para parar, pede? Não para sempre, só por instantes. Ufaa... o alívio, a falta do que fazer, a preguiça, o edredom. Só mais um pouquinho... sem pressa. Inspira e respira e dorme e dorme mais e acorda e dorme.

Pega o livro, abre, lê, vira de um lado, vira de outro, escorrega na grama, brinca com a formiga, olha pro lado, espreguiiiiiççççaaaaa longo. Conta as nunvens, as estrelas, as árvores, os bois, as cercas, as placas. Relaxa e dorme.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Um mundo em 140 toques

Estou no Twitter: twitter.com/karinapadial.

Resisti mas entrei. Descobri que o Twitter é dos jornalistas. Ô povo pra gostar de escrever. Tem a Globo, a Band, a recor, o Noblat, a Rosana Hermann, o Sérgio Dávila, o Daniel Castro. Tem CQC, tem Pânico, tem Ana Maria Braga. Tem tudo....

Eu precisava entrar né? Jornalista que não tá lá, tá "out", no sentido literal e não-literal da expressão.

Agora fora as bobagens que existem em QUALQUER lugar, o Twitter é uma excelente fonte de informação. Vejam: no meu primeiro dia no universo dos 140 toques vi uma potencial notícia: Falha da Record durante transmissão de A Fazenda. E num link estava a imagem de um GC que anunciava 15 minutos antes da eliminação de um dos participantes seu derradeiro fim. "Luciely eliminada com 50%".

Peguei essa info, postei no BlogImprensa fazendo um link com outras notícias. Raciocínio: Falha na A Fazenda; investimento pesado neste reality show não garante liderança maior que Pânico; Pânico entrevistando o Silvio Santos original; e Silvio Santos oferecendo R$50 milhões para o Ronaldo, no ar. E foi desse último elo da cadeia que baixei o vídeo no YouTube.

Me achei!! Interação total entre as tecnologias. Twitter, blog, YouTube. Viva a era digital.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Dai-me paciência!

Rodrigo Manzano, diretor aqui da revista, me alertou para o problema. Na era virtual as pessoas não esperam a gente terminar a frase e já emendam: pode mandar sua solicitação por e-mail. Mas quem disse que eu tenho uma solicitação? Ou que se eu tiver eu quero escrever por e-mail?

O exemplo de hoje o e-mail não está ligado diretamente ao correio eletrônico, mas demonstra bem a ansiedade das pessoas em resolver logo a situação ou transferir o problema para terceiros.

- Alô, aqui é a Karina, da Revista Imprensa. Tudo bem?
- Tudo.
- É do departamento de arte do Correio Popular.
- É sim.
- Será que você poderia me ajudar: É o seguinte: a Revista Imprensa tem uma seção chamada "Traço" na qual fazemos um perfil de um ilustrador e publicamos alguns trabalhos deles. Nessa edição gostaríamos de convidar o Dalcio, ilustrador aí do Correio, para participar. Sei que ele não fica aí na redação, então, queria um contato dele. Será que você tem?
- Olha, acho que não é com a gente. Vou te tranferir para o Departamento de Marketing.
- Departamento de Marketing?
- É , eles vão saber te orientar melhor.
(Momento)
- XXXX, do Departamento de Marketing, pois não.
- Aqui é a Karina (e a história se seguiu como a de cima)
- Olha, isso não é com a gente. É com o departamento de arte.
- Mas foi exatamente eles que me passaram para você.
- Mas isso não é aqui não. Vou de transferir para lá.
(Não aguardei e desliguei o telefone).

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Paródia da vida humana

Ele ficou até tarde, tomou conta do lugar. Ao sair, tinha a certeza de que sabia fazer o melhor. Apagou as luzes e de madrugada dormiu. Sem enrolação, cedo se pô de pé ao lado da cama, se espreguiçou lentamente e seguiu. A cidade estava nublada, cinza e com uma garoa proeminente. Quando abriu a porta não estava sozinho, é verdade, mas isso não impediu que tomasse conta do lugar. Sentou como se a cadeira fosse um trono e de lá começou a dar ordens, organizar a papelada e valorizar todo o processo. De uma pequena brecha construiu um império. Um império de uma tarde, falso e frágil como um castelo de cartas. O sopro veio ainda no final daquele dia. De tanta soberba e vaidade, que foram tomando conta ao longo do dia, se equivocou, quando na hora mais crítica, precisaram da opinião dele. Os eleogios de confundiram com as críticas. As cadeiras antes de majestade ficaram menores e mais baixas. Da cabeça alta passou para o olhar cabisbaixo. Saiu pensantivo e ainda reflexivo colocou os pés dentro de casa. Mas na hora de contar para sua mulher o que tinha acontecido, voltou atrás: Sim, eu sou o melhor.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Juventude jornalística perdida... desabafo

Sabe o que me irrita, e hoje é um dia em potencial para isso?

Jornalista se auto-censurando.

Alguém pode me explicar por quê?! Medo?!

Quem inventou que a função do jornalista é podar o que pensa, o que escreve? Se fosse assim não teríamos tido um jornal alternativo na época da ditadura... já imaginou? Que fique claro que a nossa função é escrever, denunciar, falar. Sem mais nem menos.

Aiiii... esses jovens de hoje!