quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

O melhor presente do mundo

Na iminência da perda, no toque de recolher, na gota que se despreende os laços ficam mais fortes, a mão se aperta contra o corpo e o sorriso teima a desaparecer. E assim se revela o lado mais puro e duradouro do sentimento.

Onde reside a alegria e a felicidade, a esperança, o desejo, a paixão, não moram a tristeza, o tédio, o rancor e a mágoa. Mas assim, entre um gole de café e um bocejo, os habitantes de um lado passam a duelar com os do outro. A confusão está armada e as lágrimas, reflexo dos golpes de espada, começam a rolar para banhar onde não há luz.

Mas daí começam os beijos, os abraços e os carinhos e os inimigos naturalmente acabam a batalha, declarando que só há um vencedor. Até que um outro dia os acordos de paz são quebrados e o conflito é retomado. As cenas se repetem, mas enquanto as flores não murcham - elas duram mais de ano - nada acaba em tragédia.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Visita da cegonha

Que eu engordei um tanto nesses últimos tempos, a balança já me mostrou. Que eu estou um "pouquinho" acima de meu peso, também já é sabido. Agora grávida? Vápaputaquepariu né!?

Pois é! A história é verídica e acabou de acontecer comigo, há uns 15 minutos atrás.

Cheguei no prédio do meu trabalho, peguei o elevador e uma senhora me fez companhia. Por volta do 2º andar - eu paro no 6º - ela com toda simpatia que a terceira idade proporciona, passa a mão na minha barriga e dispara como se fosse a coisa mais natural do mundo: "Tá esperando bebê?".

Imediatamente, minha cabeça que não costuma funcionar sobre pressão, entendeu que se eu falasse que não, a senhora ia ficar extremamente sem graça e ia tentar justificar sua afirmação. Respondi de bate e pronto: "Tô sim". "E é menina?", ela continuou. Gostando dessa historinha emendei: "Ainda não sei". E a conversa parou por aí como se nunca tivesse existido.

Talvez ela tenha percebido a mentira. E eu rindo imensamente por dentro, torcendo para que aqueles andares passarem logo.



PS: Todos juram que essa impressão é por causa do meu vestido. Minha mãe tinha alertado sobre isso ainda no provador da loja. Eu continuo achando que preciso emagrecer!

PS2: Devia ocultar esse post porque ele é um tanto queima filme. Mas eu simplesmente não guentooooo!

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Colombina e pierrot

"Mas é Carnaval. Não me diga mais quem é você. Amanhã tudo volta ao normal. Deixa a festa acabar. Deixa o barco correr".

Faria 365 máscaras. Calçaria os sapatos, vestiria o casaco e colocaria a máscara. Sairia despretenciosamente na rua anunciando o meu estado de espírito. Me pouparia de ofensas gratuitas, de sorrisos forçados. Me daria abraços calorosos, mãos amigas. Nos dias mornos, um leve sorriso, um aperto de mão e uma palavra mais carinhosa. E da mesma forma que poderia esconder, revelaria, tímida e silenciosa, quem eu gostaria de ser naquele dia. Somente naquele dia.



PS: Comemoraremos do jeito que começamos. Viajando com os amigos, com beijos de madrugada e tudo se revelerá tão encantador como na primeira noite.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Bacon é vida?

Sou obrigada a plagiar o assunto tratado no blog da revista pelo diretor editorial. A Folha de S. Paulo de hoje, dia 11, traz uma matéria de três páginas, para a qual foi escalada três repórteres, sobre bacon.

Nada contra o alimento em si (apesar de particularmente não gostar). O problema é a falta de assunto. Poderíamos, então, tratar sobre queijo, chocolate ou uvas passas? É mais do óbvio e lógico que existem sites e comunidades no orkut dedicados a todas essas comidinhas.

A "forçação" de barra é tão grande que para ter algum nexo essa matéria precisou do seguinte subtítulo: 'Na contramão da onda da saúde, apreciadores de gordura fazem banquete na internet'. (Dispensa comentários).

Ao todo mais de 47 links espalhados nas três páginas indicam referências sobre bacons. A seção Torresminhos, por exemplo, revela que uma loja virtual vende pendrives em forma de bacon (mas também de pizza, hambúrguer e asa de frango). É por meio dessa seção, que ficamos sabendo, também, que um relógio de pulso traz uma pulseira em vinil que imita o corte do bacon e um mostrador no qual um bacon estilizado sorri para o dono.

Mas as atrocidades jornalísticas não acabam por aí. Na matéria também é revelado que existe vodca aromatizada com bacon e soverte com pedaços de bacon (ahhh... nojo!). e o despertador que te acorda com o cheiro de bacon, desde que você coloque uma fatia dentro. Para encerrar, uma foto de uma mulher com os seios cobertos de bacon.

Tudo isso significa, na minha humilde opinião, que os jornais tratam seus leitores como porcos, entuchando matérias garganta a dentro.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Sinal de fumaça

Sabe o que achei engraçado hoje?

Um cara conhecidíssimo, desses que se você falar pra alguém que seja só um pouco informado vai saber quem é, desses bam bam bans da área em que atua, nada de muito requintado, não precisa nem falar mais de uma língua. Um cara das antigas. Combateu a ditadura por meio de desenhos. Enfim, esse cara aí que não vou falar o nome, ligou hoje pra redação da revista querendo saber o telefone da assessoria de imprensa da Eletropaulo pra resolver um problema de falta de luz.

1 - A assessoria de imprensa não resolve isso. (eu acho).

2 - Ué, precisava ligar lá na minha humilde redação?

Resposta pro 1. Só se o cara se achar tão bam bam bam que tem a modesta intenção de mobilizar meia dúzia de jornalistas pra fazer sua luz voltar.

Resposta pro 2. Se ele é tão bam bam bam assim, tem mais contatos do que a gente da revista. Mai gente influente que pode resolver o problema e mais gente ainda que pode ter esse contato. Nós não somos amiguinhos dele. Mais: era só o cara entrar no site da Eletropaulo e pegar esse telefone, né!? Você, meu caro internauta, vai falar: mas ele estava sem luz. E vai me dizer que um cara desses, tão bam bam bam, não tem notebook? Ah vai...

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

O mais grave erro de concordância

Tá bom, tá bom! Eu não resisto. E como não resisto, aqui vai uma, apenas uma, palhinha da minha formatura.

Episódio I - A gafe na colação



Faltou concordância. Sobraram risadas.

Dito popular

Devo não nego, escrevo (sobre a formatura) quando quiser.

Deseducando...

Andar de ônibus é uma experiência rica, quer dizer é pobre, mas rica. Entende? Toda vez que eu ando de ônibus (todo dia, saco!) as histórias se transformam automaticamente em posts.

Olha essa: antes de passar a catraca vi que tinha uma menininha (uns 8 anos) sentada num banco sozinha, mexendo num celular que gritava e quanto mais ele gritava mais ela o chacoalhava. Era uma mistura de chiado com música alta. Na hora pensei: 'quem é a mãe irresponsável que deixa uma coisa dessas?'

Passei a catraca e me deu vontade de falar pra cobradora: 'nossa, essa menina não tem noção mesmo. Um pita som alto dentro do ônibus. Fiquei em pé porque o ônibus estava cheio, como sempre.

Sou daquelas que imaginam histórias para cada pessoa em que fixo a atenção. Como podem ver, dessa vez foi a criança. E pensamento vai, pensamento vem fiquei indignada e incomodada com aquela música alta em que determinado momneto achei ser gospel. Pior.

Fiquei imaginando. 'Pra ela estar sozinha aí deve ser filha da cobradora a cobradora não devia ter com quem deixar a menina que deve estar de férias da escola então trouxe a menina pra passar calor com ela como a menina também não tem o que fazer dentro do ônibus fica brincando com o celular da mãe e ouvindo música no último volume e isso é pior ainda porque sendo filha da cobradora ela não deveria fazer uma coisa dessas deve existir uma norma que som alto não pode dentro do onibus e eu acho que eu já vi uma plaquinha dessas no onibus mas aqui parece que não tem essas plaquinhas devo ter viajo essas plaquinhas não existem mesmo e além de tudo essa cobradora deve ser evangélica e ficar ensinando a filha a escutar essas músicas'. E na cabeça, as frases não têm ponto, nem vírgula, nem pausa. Só parei quando ela falou: "Mãe!" Sabia, não falei?

E logo em seguida um senhor bem distinto 'daqueles que devem estar andando de ônibus só porque é dia de rodízio' falou para a cobradora: "você podia pedir pra ela abaixar um pouco o som, né?". E foi para a parte de trás do ônibus.

Não era só eu que estava incomodada. A mãe/cobradora não gostou e eu ouvi: "Filha, abaixo esse som que aquele velho ali pediu". A menina inocente/perversamente perguntou alto: "Que velho, mãe?". Eu ri baixinho e baixinha ficou também aquela música. A mãe não se contentou: "Filha, aumenta mais vai... eu também quero escutar".

Moral da história: algumas mães DESEDUCAM seus filhos.