quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Deseducando...

Andar de ônibus é uma experiência rica, quer dizer é pobre, mas rica. Entende? Toda vez que eu ando de ônibus (todo dia, saco!) as histórias se transformam automaticamente em posts.

Olha essa: antes de passar a catraca vi que tinha uma menininha (uns 8 anos) sentada num banco sozinha, mexendo num celular que gritava e quanto mais ele gritava mais ela o chacoalhava. Era uma mistura de chiado com música alta. Na hora pensei: 'quem é a mãe irresponsável que deixa uma coisa dessas?'

Passei a catraca e me deu vontade de falar pra cobradora: 'nossa, essa menina não tem noção mesmo. Um pita som alto dentro do ônibus. Fiquei em pé porque o ônibus estava cheio, como sempre.

Sou daquelas que imaginam histórias para cada pessoa em que fixo a atenção. Como podem ver, dessa vez foi a criança. E pensamento vai, pensamento vem fiquei indignada e incomodada com aquela música alta em que determinado momneto achei ser gospel. Pior.

Fiquei imaginando. 'Pra ela estar sozinha aí deve ser filha da cobradora a cobradora não devia ter com quem deixar a menina que deve estar de férias da escola então trouxe a menina pra passar calor com ela como a menina também não tem o que fazer dentro do ônibus fica brincando com o celular da mãe e ouvindo música no último volume e isso é pior ainda porque sendo filha da cobradora ela não deveria fazer uma coisa dessas deve existir uma norma que som alto não pode dentro do onibus e eu acho que eu já vi uma plaquinha dessas no onibus mas aqui parece que não tem essas plaquinhas devo ter viajo essas plaquinhas não existem mesmo e além de tudo essa cobradora deve ser evangélica e ficar ensinando a filha a escutar essas músicas'. E na cabeça, as frases não têm ponto, nem vírgula, nem pausa. Só parei quando ela falou: "Mãe!" Sabia, não falei?

E logo em seguida um senhor bem distinto 'daqueles que devem estar andando de ônibus só porque é dia de rodízio' falou para a cobradora: "você podia pedir pra ela abaixar um pouco o som, né?". E foi para a parte de trás do ônibus.

Não era só eu que estava incomodada. A mãe/cobradora não gostou e eu ouvi: "Filha, abaixo esse som que aquele velho ali pediu". A menina inocente/perversamente perguntou alto: "Que velho, mãe?". Eu ri baixinho e baixinha ficou também aquela música. A mãe não se contentou: "Filha, aumenta mais vai... eu também quero escutar".

Moral da história: algumas mães DESEDUCAM seus filhos.

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