quinta-feira, 28 de maio de 2009

Paródia da vida humana

Ele ficou até tarde, tomou conta do lugar. Ao sair, tinha a certeza de que sabia fazer o melhor. Apagou as luzes e de madrugada dormiu. Sem enrolação, cedo se pô de pé ao lado da cama, se espreguiçou lentamente e seguiu. A cidade estava nublada, cinza e com uma garoa proeminente. Quando abriu a porta não estava sozinho, é verdade, mas isso não impediu que tomasse conta do lugar. Sentou como se a cadeira fosse um trono e de lá começou a dar ordens, organizar a papelada e valorizar todo o processo. De uma pequena brecha construiu um império. Um império de uma tarde, falso e frágil como um castelo de cartas. O sopro veio ainda no final daquele dia. De tanta soberba e vaidade, que foram tomando conta ao longo do dia, se equivocou, quando na hora mais crítica, precisaram da opinião dele. Os eleogios de confundiram com as críticas. As cadeiras antes de majestade ficaram menores e mais baixas. Da cabeça alta passou para o olhar cabisbaixo. Saiu pensantivo e ainda reflexivo colocou os pés dentro de casa. Mas na hora de contar para sua mulher o que tinha acontecido, voltou atrás: Sim, eu sou o melhor.

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