segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Elos

Eu queria saber que fio da meada eu perdi. Onde foram parar as simpáticas tardes de sorvete na beira da piscina, o amor ingênuo das crianças, o aperto de mão que vale mais que beijo?

Sinto tanta falta dos pãezinhos com gosto de tranqüilidade, dos telefonemas mansos e das piadas alegres. Dos ensaios de dança, da bagunça às 15h30, do todynho que insistia em cair.

Costumo dizer que era feliz e sabia, sim! Nunca duvidei da alegria, das brisas matinais e das músicas que faziam os pés mexerem sem querer.

Até dói a saudade das excursões que pareciam voltas ao mundo, da tatuagem de canetinha, das marias-chiquinhas, da timidez tão singela.

Os tempos de prazer mais intenso terminam quando a ingenuidade é esvaziada. Nem o mal era tão mal nem o bem tão bem. Mas tudo vivia em perfeita harmonia. Assim, prejudicar uma pessoa era dedurar que ela não tinha feito a lição-de-casa e o benefício vinha na mesma moeda quando se ajudava alguém com um exercício mais complicado.

Hoje, de frente com a realidade que me persegue, fico buscando saídas para me esconder das armas que estão nas mãos de toda e qualquer pessoa. Perceba que o futuro está muito mais perto do que o passado e que as soluções são sempre as mais difíceis.

Pagar contas é o de menos apesar de sempre parecer o de mais. Complicado mesmo é encarar os dilemas da mulher/mãe, os desafios da mulher/trabalhadora, as tarefas da mulher/dona de casa, as incertezas da mulher/esposa, os avanços da mulher/mulher. Entendendo que os homens passam, relativamente, pelos mesmos caminhos.
Olho para trás e se não fossem as lembranças incrustadas na mente não reconheceria as crianças que por muito tempo dividi as mesmas histórias e o meu tempo mais precioso.

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